sábado, janeiro 01, 2011


Um suspense romântico

12
Tudo começou em um 12 de junho (dia dos namorados). Era segunda-feira, Carla sentava em sua cadeira habitual e eu, como sempre, estava na cadeira ao lado. A professora de português, Elisabete, entrou na sala e terminou a aula dez minutos antes. Após apagar o quadro, ela tirou de sua bolsa um bilhete e uma caixa vermelha enrolada em uma fita rosa e anunciou:
- Alguém na turma tem um admirador secreto! - disse Elisabete, quase cantarolando.
Algumas garotas pularam da cadeira de curiosidade e ansiedade para saber quem era a pessoa da turma. "Quem é? Quem é?!", era o que várias garotas repetiam. Quando a turma se acalmou, a professora pôs-se a ler a carta.
"Desculpe-me não poder me apresentar, ainda. Não sou um admirador tão secreto assim, você já me conhece. Queria que você soubesse o que o meu extremo nervosismo não me deixa te dizer diretamente: Eu estou enlouquecidamente apaixonado por você.
Espero que você entenda a minha situação... Em breve poderemos nos falar pessoalmente, mas para ter certeza de que você entende os meus sentimentos, por favor, aceite esses chocolates, se você aceitasse eu ficaria mais confortável em uma futura relação social.
Para a garota mais incrível desse mundo: Carla ... Do seu admirador não-tão secreto."
Algumas garotas desdenharam de Carla, mas lógico, queriam que a situação fosse para elas.
O ar de superioridade dela estava visível diante das outras garotas. Ela levantou-se e a professora entregou-lhe a caixa de bombons.
Devo admitir que fiquei enciumado com isso, mas não me dei razão, além do mais, ainda nem a conhecia.
Antes do acontecido, eu já planejava segui-la até a sua casa, só por curiosidade. Eu resolvi fazê-lo nessa segunda-feira. Quando todas as aulas terminaram, acompanhei-a secretamente por todas as ruas que ela passava. Não parou em lugar algum e em menos de cinco minutos, ela entrou em uma casa com um portão verde e de paredes alaranjadas. Eu estava atrás de um arbusto que ficava do outro lado da rua, ela nem sequer percebeu minha presença.
Alguns minutos após ela entrar, um homem de terno e gravata - segurando algumas sacolas de supermercado - saiu da casa bastante furioso, xingando todos na casa.
- Vocês não querem me ter como inimigo - o rapaz de terno gritou , em direção à casa - Eu tenho tanto direito à casa quanto vocês... E vou ter o que é meu! Mesmo que para isso, seja necessário que eu mate alguém!
Enquanto dizia essas palavras terríveis, o homem de terno colocou as sacolas no chão(aparentemente, para descansar) e de sua mão direita caiu um pedaço de papel amassado. Quando terminou de falar, ele se retirou e eu - como de costume, muito curioso - fui ver o que havia no papel amassado.
Dei uma boa olhada nele, porém, tratava-se apenas de uma lista de compras escrita em letras manuscritas para o supermercado - a caligrafia tinha alguns traços peculiares, eu diria.
Finalmente descobrira onde Carla morava. Dessa forma, se ela resolvesse sumir do colégio, ainda assim, eu poderia conhecê-la.
No dia seguinte, Carla estava sentada em sua cadeira, segurando um buquê de rosas brancas. Outra cena que alertou os meus ciúmes. Mas eu ainda estava sem razão. Durante o intervalo, meu amigo de infância Henrique - que também era amigo de Carla - veio falar comigo na sala.
- O tal admirador secreto de Carla começou a mandar enigmas para ela - ele disse.
- Enigmas? Para quê?
- A resposta do enigma é uma pista para descobrir quem ele é... Isso parece algo do tipo que você faria, Eduardo - ele insinuou - É você o admirador secreto dela, não é?!
- Não! Você sabe que eu não faria algo que chamaria tanta atenção assim.
- Realmente.
- Mas você se lembra como era esse enigma?!
- Era algo do tipo... "O ponto mais alto da montanha é amarelo, mas para alcançá-lo, é preciso escalar uma considerável quantidade de neve".
Não foi muito difícil resolver, eu apenas associei a frase ao fato dela estar relacionada à algum aspecto físico do misterioso admirador.
- Ela não conseguiu resolver isso? - eu perguntei, um tanto desapontado.
- Sim... Porque? Já desiludiu?
- Não... Claro que não! Ela não precisa resolver enigmas para ser a garota encantadora que é.
- Sim. O admirador que o diga! Mas então, você conseguiu resolveu o enigma?
- Consegui.
- Pode explicar então?
- O admirador é a montanha. Se o ponto mais alto é amarelo, então ele é loiro e como a superfície da montanha é coberta de neve, a cor da sua pele é branca.
- Faz sentido... Ei. Por que não diz isso a ela?! Espera um momento.
Minutos depois, ele voltou acompanhado com Carla, finalmente chegara a hora de nos conhecermos. Henrique nos apresentou e eu repeti a minha conclusão sobre o enigma.
- Você é inteligente! - ela comentou.
- Não... Era só interpretar da maneira correta.
- Você é Eduardo não é?!
Eu fiquei tão feliz... Ela já sabia o meu nome!
Depois de alguns minutos de conversa, o sinal da próxima aula tocou e retiramo-nos às nossas salas. Eu não conversei mais com ela naquele dia (ela era da minha turma, mas eu não gostava de conversar durante as aulas).
Na saída do colégio, como sempre, me encontrei com Henrique.
- Você quer ir à floricultura? - eu perguntei.
- Para quê?
- O admirador provavelmente é da cidade, e só há uma floricultura nessa cidade! Talvez a vendedora se lembre de alguma outra característica desse cara.
- Você parece estar mais ansioso para conhecê-lo do que a Carla - ele brincou - Ok. Vamos!
Fomos à floricultura no centro da cidade, é um dos lugares mais agradáveis que eu já visitei. As flores são evidências da existência de Deus! Como diria Sherlock Holmes.
- Em que posso ajudá-los? - perguntou a vendedora.
- Nós queríamos saber se a senhorita se lembraria de um comprador de rosas brancas...
- Talvez. As brancas são pouco vendidas aqui, só tive três clientes que compraram rosas desse tipo essa semana.
- Ótimo! Ele tem a pele branca e é loiro.
- Lembro sim! Ele estava com uma camisa vermelha, usava um óculos arredondado e tinha um pouco de barba.
- Nossa! - Henrique exclamou - Lembra-se disso tudo?!
- Sim. Vendedor, em qualquer área, é uma profissão para pessoas aplicadas. É sempre bom observar as pessoas.
- A senhorita teria mais alguma outra informação relevante sobre ele? - eu indaguei.
- Não posso dar mais nenhuma outra informação.
- Muito obrigado pela sua ajuda!
- Claro. Sempre que precisarem.
- Já que você falou isso. Eu ainda tenho uma dúvida - Henrique disse.
- Pode dizer!
- Floriculturas vendem flores, certo?! Então porque você não está a venda?
Henrique era o tipo de pessoa que não tinha vergonha de nada. Nunca o vi amedrontado ou embaraçado diante de qualquer situação.
Na quarta-feira, quando eu entrei na sala, avistei alguns alunos olhando para uns desenhos e letras vermelhas pintadas na parede. Eu aproximei-me e vi que os desenhos eram um coração e dois bonecos de mãos dadas. As letras se tratavam de uma mensagem:
" P S2 C
Estou tomando coragem! Tente entender que isso só está acontecendo comigo porque eu te amo de verdade. Enquanto isso, aceite esse presente!"
Carla estava bem em frente ao desenho, olhando para ele.
- Qual foi o presente? - eu perguntei.
- AAh! Olha que lindo - ela disse, mostrando o anel em seu dedo.
- Ele te pediu em namoro ou algo assim?
- Não! Seria equívoco da parte dele fazer isso antes de se apresentar... Eu sei que ele não é tão estúpido!
- Acredito que não seja mesmo - eu comentei - Você percebeu que em "P S2 C" ele revela a inicial do nome dele, não é?
- Nossa, eu fiquei tão distraída com o presente e a mensagem que nem reparei isso - ela disse - Qual será o nome dele?! Paulo... Perseu... Pedro...
- Pinóquio! - eu brinquei.
Durante a nossa conversa, um rapaz alto, loiro e de pele branca veio até nós.
- Finalmente tomei coragem, gata! - disse o rapaz, ajoelhando-se com um pé e com uma rosa branca na mão - Eu nem sei por onde começar.... Aliás, já sei. Tenho dezoito anos, sou aluno do terceiro ano, tenho um carro! Ah, meu nome é João.
Carla me lançou um olhar meio cúmplice.
- Não é ele, não é? - ela perguntou.
- Acredito que não - respondi.
O rapaz percebeu que a moça não acreditara em sua farsa e retirou-se.
- Essa foi uma cena interessante - eu comentei.
- Haha. Esse já foi o terceiro e o mais elaborado. Os outros eram morenos e mal sabiam escrever.
Olhando para as palavras avermelhadas escritas na parede, eu me lembrei que elas diziam muito mais do que se percebia.
- Sabe o que mais eu poderia dizer, olhando para esses desenhos? - eu indaguei, tentando impressioná-la - O seu admirador tem um metro e setenta!
- E como você pode dizer isso?! - ela perguntou, reagindo da forma que eu esperava.
- As pessoas costumam escrever na parede à altura de seus rostos; e as letras estão mais ou menos um centímetro abaixo de onde eu escreveria, sendo que, eu tenho um metro e setenta e um.
- Nossa, você poderia ser um detetive.
- Na verdade, eu li isso em Sherlock Holmes.
- Interessante... E você já poderia nos dizer quem é o misterioso responsável por todos estes presentes e mensagens, Sr. Sherlock? - ela disse, com o tom um tanto irônico.
- É um erro capital teorizar antes de obter todos os dados - disse Henrique, enquanto aproximava-se de nós - E sim, essa também é uma citação de Sherlock Holmes.
- Vocês devem ser muito fãs dele - ela comentou - Eu acho que já sei quem é... Loiro, um metro e setenta, branco, letra inicial P... Só pode ser o Plínio! Mas vou agir como se não soubesse que é ele.
Eu não acreditava muito que fosse o Plínio, uma vez que ele tinha uma fama de não apegar-se à uma garota só.
Nós conversamos por bastante tempo nesse dia. Às vezes ela se esquecia do tal admirador e conversávamos sobre coisas que ambos gostávamos e descobríamos muitas coisas em comum.
Dia 15. Um dos professores não foi ao colégio; eu estava com o grupo de Carla, conversando sobre como o trabalho de português deveria ser feito. Um pouco após terminarmos o diálogo, seu telefone tocou. Ela verificou do que se tratava, era uma mensagem:
- Ai, que lindo! - disse ela, me mostrando logo em seguida, a mensagem:
"Um dos fatores que me reprimem, é a minha reputação suja de conquistar várias garotas. Mas tudo isso mudou depois que eu te vi... Todas as outras garotas passaram a significar nada! Enfim, antes de entrar em casa, cheque a sua caixa de correio."
- Qual é o numero?! - eu perguntei, euforicamente.
- É daquelas mensagens enviadas pela internet.
Já fazia algum tempo que eu pensava em lançar tal tópico, mas não sei porque, algo me disse que aquele seria o momento propício:
- Você não quer ir no cinema comigo?!
- Claro! Seria legal. Gosto bastante de conversar com você. Você é um ótimo amigo - ela disse, despertando o meu desapontamento - A reputação suja... É realmente o Plínio! - trocou o assunto - Explica tudo! Quem diria, ein?
- Você poderia ir na segunda?
- Poderia sim.
Apesar de tudo, eu estava feliz. Teria meu momento com ela e tentaria aproveitá-lo ao máximo. Eu cheguei à sentir certa tensão com a situação e tentei mudar o assunto.
- Seus pais são separados?
- Não - ela respondeu - Eles moram juntos em outro estado.
- Com quem você mora, então?
- Eu alugo um quarto na casa de Dona Marcela, uma senhora que vivia sozinha quando eu cheguei aqui. De vez em quando ela tem problema com esse tal de Robson, um parente distante dela, que acha que tem tanto direito à casa quanto ela.
Eu quase ia revelando que poderia já ter visto esse Robson em algum lugar. Sorte que eu me contive! Ou então, ela acabaria descobrindo que eu já a segui até a sua casa.
Nesse mesmo dia, eu não suportei olhar para a cara do tal Plínio. Era como se houvesse uma rivalidade imensa entre nós e de certa forma, o fato dela ser tão requerida entre os garotos me fazia acreditar que eu tinha um bom gosto.
Eu cheguei em casa antes do almoço. Na verdade, estava tão interessado no assunto que nem sequer lembrei de ter fome. Liguei o computador e acessei o "orkut". Engraçado... Minha sorte de hoje era "Tudo na vida há um propósito". Eu ri na hora. Sempre ri das minhas sortes no orkut por serem frases aleatórias que nada tinham a ver comigo ou com minha vida.
Acessei as redes sociais com a intenção de caçar o tal admirador secreto, mas não tive nenhum sucesso, até porque, antes que eu pudesse visitar o perfil de Carla, a luz acabou em toda a cidade.
No meio da tarde, Carla me ligou para dizer que o admirador a havia deixado um lindo bracelete dentro da sua caixa de correio. Nunca me importou o fato de que ela ligava para falar comigo sobre esse rapaz, eu me contentava em falar com ela sobre qualquer assunto.
O apagão só terminou às 3:00h, eu nem sequer percebi quando a energia voltou.
Na sexta feira, lá estava Carla, sentada em sua cadeira, esperando o professor chegar na sala. Assim que me avistou, fez sinal para que eu fosse até ela.
- Olha o que ele me deixou hoje - ela disse, tirando uma carta com letras manuscritas do seu bolso.
" Chegou a hora. Sem mais motivos (e presentes) para mantê-la esperando. Peço que venha (segunda-feira; gostaria de vê-la usando meus presentes) até a Rua das Margaridas, nº 13, logo quando sair do colégio.
A essa altura já deve ter ideia de quem eu sou, mas gostaria de me revelar formalmente... Não gostaria muito de relembrar meus momentos de fraqueza. Eu peço por gentileza que você queime essa carta após lê-la, não seria agradável para mim, relê-la."
De início, apenas imaginei que ele teria mandado uma mensagem manuscrita, devido à queda de energia que o impossibilitaria de usar o computador, mas após ler e perceber tal escrita peculiar, meu coração acelerou tanto que nunca mais voltou ao seu lugar de origem. A caligrafia era a mesma que eu tinha visto no papel que o tal Robson deixara cair! Eu ainda não tinha tanta certeza disso, precisava investigar um pouco mais. Eu pedi que me entregasse o bilhete, usando a desculpa de que queria examiná-lo um pouco mais.
Devo admitir. Fui extremamente egoísta ao omitir essa descoberta para Carla. Eu temia que se eu contasse que a segui e que sabia como era a caligrafia do rapaz, ela me desprezaria ou deixaria de falar comigo.
Apenas voltei para minha casa e passei a refletir um pouco mais sobre o assunto. Eu cheguei a conclusão de que, teria de afastá-la do admirador antes de segunda-feira. Tive algumas ideias e passei a pô-las em prática.
Nesse mesmo dia, fui até a casa dela (por sorte, foi muito fácil invadir seu quarto) e executei meu plano: Deixei uma boneca com a cabeça arrancada e um bilhete em letras de forma. "Você me faz perder a cabeça!".
Talvez o leitor zombe de mim, mas a verdade é que eu estava desesperado, tanto por Carla estar em perigo quanto por estar invadindo seu quarto. Saí rapidamente da casa e voltei para a minha.
Ela saíra com a senhora dona da casa para fazer compras. Quando chegara, viu a mensagem e me ligou logo em seguida. Ela comentou sobre o fato ser um pouco assustador, por ele estar invadindo a sua casa, mas de certa forma, era engraçado e parecia que ele estava tentando fazê-la rir.
Infelizmente, meu plano não havia dado certo, mas eu tentei outra coisa no dia seguinte. Deixei outro bilhete, em baixo de seu travesseiro: "Quem eu estou querendo enganar? Nunca vou conseguir me apresentar à você. Sou fraco, estúpido. O melhor é que você me esqueça! Me esqueça! Fique com os presentes, se quiser, mas nosso compromisso de segunda está cancelado!"
Eu saí da casa achando que havia feito um ótimo trabalho, mas esse pensamento logo mudou quando li a mensagem dela em meu celular: "Como você pôde?! Eu te odeio! PS: O nosso compromisso de segunda é que está cancelado!".
Eu me afundei em um mar de decepções. Ela descobrira tudo! Como eu poderia imaginar que a velha senhora seria tão precavida?! Depois das ameaças de Robson e perceber que a casa era tão fácil de ser invadida, a velha colocara câmeras na casa no mesmo dia. Eu fui flagrado pelas câmeras!
Carla nem sequer olhou para mim, na segunda-feira. Ela sabia que as duas últimas mensagens eram falsas e que eu não era o seu admirador secreto.
Foi um dia muito triste. Imaginar os pensamentos dela em relação à mim foi horrível. Devido à vergonha extrema, eu nem me atrevi a falar com ela durante as aulas.
"Solidão" não era uma palavra forte o suficiente para descrever o meu estado naquele dia. A única pessoa que falara comigo foi Henrique.
- Por que não tem falado com Carla? - ele perguntou - Vocês só andavam grudados semana passada.
- Eu fiz uma besteira - eu disse e logo após, contei tudo que havia se passado no fim de semana.
- Então, você acha que o admirador secreto, é na verdade, um odiador secreto?! - ele exclamou - Isso é grave! E se acontecer algo com ela?
- Eu vou segui-la hoje até o lugar citado na carta.
- Toma cuidado, cara! Leva isso... - ele disse, após tirar um canivete suíço do bolso.
- Sério?! Você traz um canivete para o colégio?
- Sim. Levo ele pra todo lugar. Faço isso desde que comecei a virar fã de MacGyver.
Eu tomei-o de sua mão e o coloquei no meu bolso.
As aulas terminaram as 12:00h. Eu a segui cautelosamente até o lugar (ela novamente não percebera que eu havia a seguido). Depois que ela entrou na casa, eu percebi que o rapaz de terno estava um pouco afastado do local, observando-a. Eu entrei na casa fingindo que não sabia que alguém me observava.
Foi a pior visão da minha vida. Carla chorava sobre o corpo da velha senhora. Ao lado dela havia um taco de beisebol e nada mais! Prefiro não descrever o aspecto físico de Dona Marcela, tenho apenas uma palavra: Horrível.
Eu estava totalmente paralisado diante do corpo, quando o homem de terno, Robson entrou na casa.
- Algo não saiu como eu planejava - ele disse, retirando uma pistola de sua cintura - Quem é você, garoto?!
- Foi você que fez isso com a senhora, não foi?!
- Claro que não... Ela mesmo pegou o taco de beisebol, veio até essa casa e se espancou sozinha! - disse ele, sarcasticamente - Mas para todos os efeitos, foi a garota quem o fez.
- Faz todo o sentido! Se você não pode ter a casa, então ninguém mais a teria, não é? Você assassinou a senhora e planejou para que a polícia achasse que foi a sua única hóspede quem a matou! As joias que você deu para ela... O anel, o bracelete pertenciam a Dona Marcela, correto?! Foi por isso que você pediu para que Carla viesse as usando; dessa forma, a polícia acharia que ela havia espancado a senhora por causa das joias!
- Ora, ora. A Carla arrumou um pretendente esperto - ele disse - Enfim, a conversa está boa, mas rapazinho, você precisa se retirar.
- Eu não vou a lugar algum! - eu disse, tirando o canivete do bolso.
- Jogue o canivete para mim! - ele mandou, mirando a arma para mim. Eu não hesitei em fazer o que ele disse - Bom garoto. Agora saia! - gritou.
Eu não soube o que fazer. Fiquei parado no mesmo lugar de onde estava. Não queria demonstrar que era um fraco na frente de Carla, mas também não queria ser assassinado diante dela. Ele ficara muito impaciente com a minha falta de atitudes, destravou a sua arma - o barulho da mesma foi interceptada pelo som estrondeante da invasão de vários polícias para dentro da casa.
Mais de dez homens entraram equipados com todos os tipos de arma possíveis! Foi um alívio para mim. Em questão de segundos, Robson já estava rendido e ajoelhado ao chão.
Henrique havia chamado a polícia. Ele nem sequer entrara na sala. Finalmente descobrira um medo dele: Policiais! Uma fobia um tanto suspeita, mas o que importa é que ele salvara o dia!
Carla foi levada pelos policiais. Não foi presa, lógico, mas precisavam do seu depoimento. A carta manuscrita nunca foi queimada - o que serviu de importante evidência. Semanas depois, quando Carla já aparentava estar recuperada do choque, eu me ousei a perguntá-la se ela reconsideraria o convite para o cinema; para a minha felicidade, ela respondeu que sim!
Talvez o orkut tivesse razão dessa vez. "Tudo na vida há um propósito". Talvez houvesse um real propósito em eu estar seguindo-a as escondidas naquele dia. Talvez exista uma força maior, que nos predestina ao que nos vai acontecer. Tudo que tiver de acontecer, simplesmente acontecerá algum dia. Não acredito em videntes que possam prever o meu futuro, mas acredito que,independente de estar predestinado ou não, a melhor alternativa é persistir com os nossos sonhos, até porque, é muito improvável que um sonho seja realizado devido à nossa desistência.

12 comentários:

Sir.Linhares disse...

Um conto muito legal que conta uma história baseada em fatos reais levemente distorcidos com um suspense interessante, quem gosta dos textos de Conan Doyle gostará pois foi inspirado com o espiríto de histórias dele.

Vívian Thaís disse...

Ctrl C Ctrl V: *"gostei joniiinhas seu fofuuuxoo liindooo, posta mais" HUAUHSAUHASUHUHSAUH
(n sei de onde vc tirou q eu falaria assim mais...)

da mesma maneira...mto boom \o/\o/

Ketty disse...

Muito BOM Joninhas.
Eu dou todo apoio necessário pra você virar um escritor...
Qaundo ficar famoso lembre-se de mim. haha ;D

Sebastian Almeida disse...

Man, continue assim,
estou esperando o proximo post...
Sou seu fã...
asuhaushaushua

Isabela disse...

Noossa, parece um filme HAHA, amei muito bem elaborado e pensando!

Unknown disse...

Adoreei Joninhaas, continuaa assim :D

Liinha disse...

Gostei muito, Joninhas!
Desfecho suuper interessante!
Parabéns! Continue assim =DD

Bia Andrade disse...

Joonas...
Gostei muito desse contoo..
Na minha opinião, esse foi o melhor q já escreveu...

rsrs

Quero um dia Ler um Livro inteiro seu.. =P

Tααtαh disse...

Nossa...
Cara, esse ta muuuuito bom'..
Caramba, Deus te abençoou com essa sua criatividade Jonas..
Parabéns...
Muito bom mesmo..
AMEI!!!

Anônimo disse...

joninhas você escreve mt bem *-------*
amei amei ! by: Camila emanuele

Desabafos disse...

nossa, muito bom!

Anônimo disse...

Linda história ... Parabéns ..
Um belo escrivão .!��������
Continuo assim. . Admiro muito esse tipo de trabalho ..

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